Sobre o Museu
Joaquim
Agostinho
Joaquim Agostinho
Da tropa para uma carreira em duas rodas
Joaquim Agostinho começou a sua carreira como ciclista aos 25 anos, depois de cumprir o Serviço Militar em Moçambique. Com o dinheiro que amealhou na tropa comprou uma bicicleta, mas ainda pensou num gravador ou num gira-discos (jornal A Bola, edição 3435, pp 4 e 6, 07-12-1968).
A bicicleta passou a ser veículo de transporte e houve quem o lembrasse que podia participar em corridas. Daí até o levarem a mostrar-se em Alvalade foi um passo. No Sporting corriam os seus conterrâneos João Roque, vencedor da Volta a Portugal no ano de 1963, e Leonel Miranda.
Foi no ano de 1968 que se estreou no ciclismo profissional e participou na Volta a Portugal onde conquistou o segundo lugar. Nesse ano viajou até ao Brasil e venceu a Volta ao Estado de São Paulo, a sua primeira consagração internacional. No Brasil deu nas vistas e o francês Jean de Gribaldy convidou-o para a sua equipa.
Um palmarés inigualável
O ano de 1969 marca o princípio da carreira brilhante pela qual Joaquim Agostinho é conhecido. O ciclista ganhou a Volta a Portugal, mas foi desclassificado e remetido para sétimo lugar por consequência de um controlo antidoping. Nesse ano estreou-se na equipa de Gribaldy e venceu duas etapas do Tour de France, classificando-se em oitavo na geral.
De 1969 em diante há em Portugal poucos ciclistas com o palmarés desportivo de Joaquim Agostinho. Nenhum outro ciclista subiu ao pódio do Tour duas vezes, nenhum outro, até ao momento, venceu a mítica etapa do Alpe d’Huez, como Joaquim Agostinho o fez em 1979. Joaquim Agostinho não era um ás da pista, era um gigante das estradas que rolava contra o tempo e subia como ninguém as estradas mais elevadas.
A 10 de maio de 1984, Joaquim Agostinho, aos 41 anos, faleceu. Dez dias depois de ter caído na Quarteira, quando disputava a 5.ª etapa da Volta ao Algarve. Dizem os relatos da época que dois cães se meteram no meio do pelotão, constituído por 51 corredores. Agostinho vestia a camisola amarela e caiu. Levantou-se. Recusou-se a entrar na ambulância e resistiu às dores.
Insistiu em terminar a prova, foi apoiado por dois colegas e cortou a meta. Terminada a etapa, teimosamente recusou ir para o hospital e preferiu ir para a residencial. Lá chegado, poucos minutos depois do meio-dia, começou a queixar-se com tonturas e foi então levado para o Hospital de Loulé onde lhe foi diagnosticada uma fratura no crânio. Foi transportado para Lisboa, para o Hospital CUF, onde acabou por falecer.
Nesse ano fatídico, Joaquim Agostinho foi agraciado, a título póstumo, com a medalha de Honra e Mérito. O maior galardão que o Governo pode conceder a um atleta.
Palmarés desportivo
de Joaquim Agostinho
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Edifício /
Espaço Hipólito
A Casa Hipólito é obra de António Hipólito, torriense adotivo já que a sua origem está em Alcobaça. Órfão de pai é colocado num asilo e após a sua saída da instituição, aos 13 anos, vai trabalhar para uma oficina para aprender o ofício de latoeiro.