Sobre o Museu

Joaquim
Agostinho

Joaquim Agostinho

Nascimento
7 de abril de 1943 em Brejenjas (Silveira - Torres Vedras)
Falecimento
10 de maio de 1984 em Lisboa
Profissional de ciclismo
Entre 1968 e 1984
Equipas em Portugal
Sporting (1968 - 1973, 1975 e 1984)
Equipas no estrangeiro
Frimatic (1969 e 1970), Hoover (1971), Magniflex (1972), Bic (1973 e 1974), Teka (1976 e 1977), Flandria (1978 e 1979), Puch-Sem-Campagnolo (1980) e Sem-France Loire (1981 e 1983)

Da tropa para uma carreira em duas rodas

Joaquim Agostinho começou a sua carreira como ciclista aos 25 anos, depois de cumprir o Serviço Militar em Moçambique. Com o dinheiro que amealhou na tropa comprou uma bicicleta, mas ainda pensou num gravador ou num gira-discos (jornal A Bola, edição 3435, pp 4 e 6, 07-12-1968).

A bicicleta passou a ser veículo de transporte e houve quem o lembrasse que podia participar em corridas. Daí até o levarem a mostrar-se em Alvalade foi um passo. No Sporting corriam os seus conterrâneos João Roque, vencedor da Volta a Portugal no ano de 1963, e Leonel Miranda.

Foi no ano de 1968 que se estreou no ciclismo profissional e participou na Volta a Portugal onde conquistou o segundo lugar. Nesse ano viajou até ao Brasil e venceu a Volta ao Estado de São Paulo, a sua primeira consagração internacional. No Brasil deu nas vistas e o francês Jean de Gribaldy convidou-o para a sua equipa.

Um palmarés inigualável

O ano de 1969 marca o princípio da carreira brilhante pela qual Joaquim Agostinho é conhecido. O ciclista ganhou a Volta a Portugal, mas foi desclassificado e remetido para sétimo lugar por consequência de um controlo antidoping. Nesse ano estreou-se na equipa de Gribaldy e venceu duas etapas do Tour de France, classificando-se em oitavo na geral.

De 1969 em diante há em Portugal poucos ciclistas com o palmarés desportivo de Joaquim Agostinho. Nenhum outro ciclista subiu ao pódio do Tour duas vezes, nenhum outro, até ao momento, venceu a mítica etapa do Alpe d’Huez, como Joaquim Agostinho o fez em 1979. Joaquim Agostinho não era um ás da pista, era um gigante das estradas que rolava contra o tempo e subia como ninguém as estradas mais elevadas.

A 10 de maio de 1984, Joaquim Agostinho, aos 41 anos, faleceu. Dez dias depois de ter caído na Quarteira, quando disputava a 5.ª etapa da Volta ao Algarve. Dizem os relatos da época que dois cães se meteram no meio do pelotão, constituído por 51 corredores. Agostinho vestia a camisola amarela e caiu. Levantou-se. Recusou-se a entrar na ambulância e resistiu às dores.

Insistiu em terminar a prova, foi apoiado por dois colegas e cortou a meta. Terminada a etapa, teimosamente recusou ir para o hospital e preferiu ir para a residencial. Lá chegado, poucos minutos depois do meio-dia, começou a queixar-se com tonturas e foi então levado para o Hospital de Loulé onde lhe foi diagnosticada uma fratura no crânio. Foi transportado para Lisboa, para o Hospital CUF, onde acabou por falecer.

Nesse ano fatídico, Joaquim Agostinho foi agraciado, a título póstumo, com a medalha de Honra e Mérito. O maior galardão que o Governo pode conceder a um atleta.

Palmarés desportivo
de Joaquim Agostinho

Nacional

Campeão Nacional CRI
1968, 1969, 1970, 1971, 1972 e 1973
Campeão Nacional de Estrada
1968, 1969, 1970, 1971, 1972 e 1973
GP Clock
1º em 1975
GP de Sintra
1º em 1971 e 1º em 1972
GP Riopele
1º em 1969
GP Robbialac
1º em 1969
Porto-Lisboa
3º em 1971
Prémio de Lisboa
1º em 1972
Prémio do Estoril
1º em 1973
Volta a Portugal
2º em 1968, 1 etapa e 7º em 1969, 4 etapas e 1º em 1970, 8 etapas e 1º em 1971, 6 etapas e 1º em 1972, e 7 etapas em 1973
Volta ao Algarve
1 etapa em 1984

Internacional

Atravessar Lausanne (Suíça)
3º em 1971
Bordéus-Paris (França)
3º em 1980
Costa de Allevard (França)
1º em 1974
Critério Internacional (França)
19º em 1980
Critério de Dauphiné Libéré (França)
17º em 1971, 13º em 1973, 19º em 1975, 4º em 1977, 6º em 1979, 3º em 1980, e 3º em 1981
Escalada de Montjuic (Espanha)
3º em 1970
Grande Prémio das Nações
5º em 1969
Liège-Bastogne-Liège (Bélgica)
17º em 1972
Midi Libre (França)
5º em 1973, 8º em 1974, e 3º em 1980
Mundial de Estrada
16º em 1968, 15º em 1969, e 20º em 1973
Paris-Nice (França)
15º em 1973
Prémio de Lamballe (França)
1º em 1980
Prémio de Montastruc (França)
1º em 1974
Prémio de Monteron (França)
1º em 1978
Prémio de Serenac (França)
1º em 1974
Prémio de Vailly (França)
1º em 1978
Quatro Dias de Dunquerque (França)
3º em 1980
Volta de Seignelay (França)
5º em 1977
Semana Catalã (Espanha)
1 etapa e 3º em 1974, 6º em 1976, e 4º em 1977
Super Prestige Pernod (França)
18º em 1969, 10º em 1974, e 7º em 1980
Volta da Romandia
5º em 1981, e 14º em 1983
Volta a França
2 etapas e 8º em 1969, 14º em 1970, 5º em 1971, 8º em 1972, 1 etapa e 8º em 1973, 6º em 1974, 15º em 1975, 1 etapa e 13º em 1977, 3º em 1978, 1 etapa (Alpe d’Huez) e 3º em 1979, 5º em 1980, e 11º em 1983.
Volta de l’Aude (França)
3º em 1975
Troféu Baracchi (Itália)
1º em 1969
Volta a Córsega (França)
3º em 1980
Volta a Suíça
5º em 1972, e 24º em 1983
Volta ao Estado de S. Paulo (Brasil)
1º em 1968
Volta ao Levante (Espanha)
3º em 1976, e 6º em 1977
Volta ao País Basco (Espanha)
12º em 1975, e 3º em 1976.

Edifício /
Espaço Hipólito

A Casa Hipólito é obra de António Hipólito, torriense adotivo já que a sua origem está em Alcobaça. Órfão de pai é colocado num asilo e após a sua saída da instituição, aos 13 anos, vai trabalhar para uma oficina para aprender o ofício de latoeiro.